Vídeo achado em celular de suspeito de estupro coletivo mostra menina de 14 anos ‘dopada e sem consciência’

G1 Goiás

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Imagem mostra suspeitos com a vítima antes do crime — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Vídeo achado em celular de suspeito de estupro coletivo mostra menina de 14 anos ‘dopada e sem consciência’

A Polícia Civil (PC) apreendeu nesta terça-feira (18) os celulares dos três adolescentes suspeitos de participar do estupro coletivo de uma menina de 14 anos, em Silvânia, na região central de Goiás. Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Sanches, em um dos aparelhos foi encontrado um vídeo do crime.

“No vídeo, que foi gravado por um dos menores, podemos ver claramente que a vítima está completamente dopada, sem consciência e sem condições de apresentar qualquer tipo de resistência”, descreve Sanches.

Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados, a reportagem não conseguiu localizar a defesa deles para um posicionamento até a última atualização desta matéria.

O delegado revela que o autor do vídeo se manteve em silêncio e que os outros confessaram o crime. O Ministério Público de Goiás também acompanha o caso.

Indiciamento

Um homem foi preso e três menores foram apreendidos no sábado (15) suspeitos do crime. O maior segue preso preventivamente e, de acordo com o investigador, deve ser indiciado nesta quarta-feira (19) por estupro coletivo de vulnerável e por fornecer bebidas alcoólicas para os adolescentes.

Os três menores investigados estão internados preventivamente e passarão por uma audiência na quarta-feira (19), na Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Silvânia, onde será decidida a medida socioeducativa adequada ao caso. Eles respondem por ato infracional análogo ao crime de estupro coletivo.

“Eles receberão medida de segurança de no máximo três anos e, para o maior, a pena varia de 15 a 25 anos de prisão”, detalha Sanches. O delegado afirma ainda que o inquérito policial deve ser finalizado no final da tarde desta quarta-feira (19), quando também será remetido ao Poder Judiciário.

Local onde ocorreu o estupro coletivo contra adolescente — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Local onde ocorreu o estupro coletivo contra adolescente — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Investigação

Além do vídeo, Sanches detalha que as investigações já identificaram que os três adolescentes estudavam na mesma escola que a vítima. “Nós ouvimos o diretor da escola e pedimos as fichas deles, eles têm vários episódios de indisciplina. Eles conhecem a vítima da escola e interagiam com ela nas redes sociais”, afirma.

O delegado também identificou onde e quem comprou as bebidas. “Um dos menores tentou comprar as bebidas, mas a dona do local não vendeu. Então, ele passou o dinheiro para o maior, que desceu do cavalo, entrou no bar e comprou. Além disso, encontramos vídeos deles andando pela cidade”, detalha.

Por fim, Sanches afirma que nesta terça-feira deve ouvir uma testemunha que teria pego carona com os suspeitos e que deve ajudar a entender como o crime foi pensado.

“Queremos verificar quando a ideia de levar a vítima para o mato começou, o time para o crime”, finaliza.

Íntegra da nota do MP-GO

Em relação ao maior já preso preventivamente, a promotora de Justiça de Vianópolis aguarda a conclusão do inquérito policial para a adoção das providências legais (oferecimento de denúncia) em relação ao acusado.

Além disso, ela se manifestou favorável ao pedido feito pelo delegado que investiga o caso de quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos dos aparelhos celulares apreendidos, devendo serem observadas na expedição dos respectivos expedientes, as formalidades exigidas na Resolução 59, de 9 de setembro de 2008, do Conselho Nacional de Justiça, sob pena de prejudicar a prova.

Já no que diz respeito aos adolescentes, será ajuizada uma representação na Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Silvânia para propor a instauração do procedimento para aplicação de medida socioeducativa adequada ao caso (internação), dentre as previstas no artigo 112 do ECA.

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